Saiba se prevenir


O que é o HIV/AIDS?
A AIDS é uma doença que se manifesta após a infecção do organismo humano pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, mais conhecido como HIV. Esta sigla é proveniente do inglês - Human Immunodeficiency Virus.
Também do inglês deriva a sigla AIDS, Acquired Immune Deficiency Syndrome, que em português quer dizer Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA).
O vírus HIV ataca as células de defesa do organismo, chamadas de linfócitos. Indefeso, o organismo fica sujeito a vários tipos de infecções (como pneumonia, diarréia, toxoplasmose, etc.) e doenças (alguns tipos de câncer, como o linfoma, por exemplo).
Abaixo segue uma melhor explicação sobre as palavras que fazem parte da sigla “AIDS”, em português - SIDA:
Síndrome: Grupo de sinais e sintomas que, uma vez considerados em conjunto, caracterizam uma doença.
Imunodeficiência: Inabilidade do sistema de defesa do organismo humano para se proteger contra microorganismos invasores, tais como: vírus, bactérias, protozoários, etc.
Adquirida: Não é congênita como no caso de outras imunodeficiências. A AIDS não é causada espontaneamente, mas por um fator externo (a infecção pelo HIV).

Causas do HIV/AIDS

A AIDS é causada pelo vírus HIV, ou Vírus da Imunodeficiência Humana.
O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -, tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido.
Os linfócitos atingidos pelo HIV são do tipo CD4. O HIV invade estas células de defesa e começa a se replicar. Após isso, centenas de vírus rompem o linfócito, espalhando várias cópias virais na corrente sanguínea que irão atacar outros linfócitos, dando continuidade à replicação e aumento do HIV.
À medida que o tempo passa, o número de linfócitos diminui e o do HIV aumenta, deixando o indivíduo indefeso contra infecções e doenças oportunistas.

Transmissão do HIV, Hepatites Virais e outras DST


O HIV pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo leite materno.
Transmissão sexual: ocorre pelo ato sexual vaginal, anal ou oral no qual haja contado do sangue, sêmen ou secreções vaginais da pessoa infectada pelo HIV com a pessoa sadia. Pode haver infecção também através do contato com objetos sexuais contaminados, caso não sejam devidamente lavados ou cobertos com uma camisinha.
Transmissão por sangue contaminado: o HIV pode ser transmitido através do sangue ou produtos derivados do sangue (como plasma e plaquetas) em transfusões sanguíneas. Desde o início da década de 90, hospitais e bancos de sangue têm feitos exames de rotina no sangue de doadores para identificação do HIV. Estes exames reduziram substancialmente o risco de alguém ser contaminado pelo HIV durante uma transfusão.
Transmissão através de agulhas ou seringas contaminadas: o HIV pode ser transmitido através de agulhas ou seringas contaminadas. Usuários de drogas injetáveis que compartilham seringas ou agulhas, também têm risco da transmissão do vírus da hepatite e outras doenças infecciosas.
Transmissão através de perfuração acidental com agulhas ou objetos cortantes: a transmissão do HIV de um paciente contaminado para um profissional de saúde, seja por uma perfuração acidental por agulha durante procedimento cirúrgico ou mesmo numa punção venosa, é baixa. Especialistas acreditam que o risco de contaminação neste tipo de acidente seja menor que 1%.
Transmissão da mãe para o filho: a cada ano, cerca de 600.000 recém-nascidos são infectados pelo HIV, seja durante a gestação, durante o parto ou no período de amamentação. Mas de a mulher recebe tratamento para o HIV durante a gravidez, o risco de infecção do bebê se torna bastante reduzido.
Outros métodos de transmissão: em raros casos, o HIV pode ser transmitido através de um órgão transplantado, inseminação artificial ou por equipamentos cirúrgicos ou odontológicos não esterilizados.

Sintomas do HIV/AIDS

A AIDS não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas iniciais são geralmente semelhantes e, além disso, comuns a várias outras doenças. Geralmente estes sintomas aparecem de 2 a 4 semanas após a infecção. São eles:
  • Febre
  • Calafrios
  • Dor de cabeça
  • Dor de garganta
  • Dores musculares
  • Manchas na pele
  • Gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha
Mesmo que uma pessoa infectada não desenvolva os sintomas citados acima, ela é capaz de transmitir o vírus para outros, enquanto o HIV se multiplica e ataca o sistema imunológico. A AIDS propriamente dita pode levar mais de 10 anos para aparecer e manifestar os primeiros sinais e sintomas.
Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas e outros sintomas, tais como:
  • Tuberculose
  • Pneumonia
  • Diarréia crônica
  • Alguns tipos de câncer, como o sarcoma de Kaposi e o linfoma
  • Candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e as meningites, por exemplo)
  • Emagrecimento
Em crianças, os sintomas da infecção pelo HIV podem ocorrer das seguintes formas:
  • Dificuldade para ganhar peso
  • Dificuldade na curva do crescimento
  • Problemas para andar
  • Atraso no desenvolvimento mental
Formas graves de otite, pneumonia e amigdalite.

Diagnóstico do HIV/AIDS

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes, realizados a partir da coleta de uma amostra de sangue.
Esses testes podem ser realizados nos laboratórios de saúde pública, por meio do atendimento do usuário nas unidades básicas de saúde, em Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTA, o teste anti-HIV pode ser feito de forma anônima e gratuita.
Nesses Centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, feito de forma cuidadosa, a fim de facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente.
Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA/MS) e por ela controlados.
O indivíduo portador do HIV pode ter um teste negativo caso esteja dentro da chamada “janela imunológica”.
"Janela imunológica" é o termo que designa o intervalo entre a infecção pelo vírus da AIDS e a detecção de anticorpos anti-HIV no sangue através de exames laboratoriais específicos. Estes anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV, o que indica nos exames a confirmação da infecção pelo vírus. Para o HIV, o período da janela imunológica é normalmente de duas a oito semanas, mas em alguns casos pode ser mais prolongado.
Se um teste de detecção de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há possibilidade de um resultado falso-negativo, caso a pessoa esteja infectada pelo vírus. Portanto, se o teste for feito no período da janela imunológica e o resultado for negativo, é necessário realizar um novo teste, dentro de dois meses. Neste período ocorre a soroconversão (o teste identifica os anticorpos anti-HIV), se a pessoa estiver realmente infectada.
É importante nesse período que a pessoa não passe por nenhuma situação de risco, pois se estiver realmente infectada, já poderá transmitir o vírus para outras pessoas.
Testes e exames para identificação do HIV:
1. Testes Elisa:
Essa técnica é amplamente utilizada como teste inicial para detecção de anticorpos contra o HIV no sangue do paciente, podendo ser realizada com um grande número de amostras ao mesmo tempo.
Para a sua realização, utiliza-se uma placa de plástico que contém algumas proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada amostra de soro ou plasma (que são frações do sangue) será adicionada.
Após uma seqüência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa.
Se uma amostra apresentar resultado negativo no teste Elisa, esse resultado é fornecido para o paciente, acompanhado do aconselhamento pós-teste. Caso uma amostra apresente resultado positivo nesse teste, é necessária a realização de outros testes adicionais, denominados testes confirmatórios.
2. Teste de imunofluorescência indireta para o HIV:
Esse teste também permite a detecção de anticorpos contra o HIV. No entanto, somente é utilizado quando a amostra de sangue do paciente apresentar resultado positivo no teste Elisa. É, portanto, um teste confirmatório.
Para a sua realização, utiliza-se uma lâmina de vidro que contém células infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades onde o soro ou plasma do paciente é adicionado.
Após uma seqüência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência.
Esses testes são produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde e são distribuídos gratuitamente para os laboratórios da rede pública.
3. Teste western blot:
O western blot também é um teste confirmatório, que tem custo bastante elevado. Assim, só é realizado quando a amostra de sangue do paciente apresentar resultado positivo no teste Elisa.
Para sua realização, utiliza-se uma tira de nitrocelulose que contém algumas proteínas do HIV fixadas. O soro ou plasma do paciente é então adicionado, ficando em contato com a tira de nitrocelulose.
Após uma seqüência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual, que é feita pelo profissional responsável pela execução do exame.
4. Testes rápidos anti-HIV:
Os testes rápidos permitem a detecção de anticorpos contra o HIV, presentes na amostra de sangue do paciente, em um tempo inferior a 30 minutos. Por isso, podem ser realizados no momento da consulta.
A utilização desse teste permite que, em um mesmo momento - o da consulta -, o paciente faça o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste.
Esses testes são produzidos pela Universidade federal do Espírito Santo e pela Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde e são distribuídos gratuitamente para serviços de saúde da rede pública em todo o país, incluindo um grande número de maternidades.

Prevenção do HIV, Hepatites Virais e outras DST

Uso da camisinha (ou preservativo masculino): diversos estudos confirmam a eficiência do preservativo na prevenção da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis. Em um estudo realizado recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA), demonstrou-se que o correto e sistemático uso de preservativos em todas as relações sexuais apresenta uma eficácia estimada em 90-95% na prevenção da transmissão do HIV.
Pré-natal: toda mulher grávida deve fazer o teste da AIDS. Esse exame é especialmente importante durante os meses de gestação, pois, em caso positivo para infecção da mãe, ela poderá receber um tratamento adequado e, na hora do parto, evitar a transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV. Se forem tomados todos os cuidados devidos, esse risco pode ser reduzido em até 67%.
A prevenção de uma transmissão vertical é feita pela mãe, sob orientação médica sempre, por meio do uso do AZT durante a gravidez e no momento do parto. O recém nascido também deve fazer uso desse mesmo medicamento por um período de 06 semanas.
A transmissão do HIV também pode acontecer durante a amamentação, através do leite materno. Portanto, o leite da mãe portadora do vírus HIV deve ser substituído por leite artificial ou leite humano processado em bancos de leite que fazem aconselhamento e triagem das doadoras.
Uso de agulhas e seringas descartáveis: o risco de um usuário de droga injetável infectar-se pelo HIV está ligado à forma como a droga é utilizada: se houver compartilhamento de seringas e agulhas, esse risco é bem elevado. Por isso, há a recomendação da utilização de agulhas e seringas descartáveis.

Tratamento do HIV/AIDS e outras DST

Há alguns anos, receber o diagnóstico de AIDS era quase uma sentença de morte. Atualmente, porém, a AIDS já pode ser considerada uma doença crônica. Isto significa que uma pessoa infectada pelo HIV pode viver com o vírus, por um longo período, sem apresentar nenhum sintoma ou sinal. Isso tem sido possível graças aos avanços tecnológicos e às pesquisas, que propiciam o desenvolvimento de medicamentos cada vez mais eficazes.
Hoje existem modernos medicamentos para tratamento da AIDS e também das infecções oportunistas. Para o combate específico contra o HIV, são usadas drogas chamadas de anti-retrovirais. Tais drogas inibem o crescimento e a replicação do vírus.
O objetivo do tratamento é reduzir a carga viral, ou seja, reduzir a quantidade de HIV na corrente sanguínea. Geralmente são empregados mais de um tipo de anti-retroviral para conseguir o efeito desejado.
No Brasil, todo cidadão tem direito ao acesso gratuito aos anti-retrovirais. A boa adesão ao tratamento é condição indispensável para a prevenção e controle da doença, com efeitos positivos diretos na melhora da qualidade de vida da pessoa com HIV/AIDS.
Cada uma das DST tem o seu tratamento específico, portanto, ao notar qualquer alteração no seu corpo, principalmente nos órgãos genitais, procure uma unidade de saúde imediatamente.
Somente o médico pode indicar o tratamento correto para cada uma das DST.
A automedicação só prejudica atrasa a cura das DST